Agroecologia contribui para alcançar Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

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Gabriel Fernandes, da AS-PTA (Brasil), Avanildo Duque, da Action Aid Brasil, Pedro Ojeda, de IMCA (Colombia), Cristina Carvalho, da União Europeia, e Idalina Gomez, da Rede Rural (Paraguai)

 

AS-PTA/Brasil –

Por Claudia Guimarães –

Com a participação de representantes de organizações sociais de dez países latino-americanos e a presença de cerca de 70 pessoas, foi inaugurado, em 3 de maio de 2017, em Brasília, o Seminário da Aliança pela Agroecologia:  “Os avanços da agricultura familiar e seus desafios na América Latina”.

Na abertura, Gabriel Fernandes, assessor técnico da AS-PTA e coordenador do projeto Aliança pela Agroecologia, resumiu a história do projeto – articulação iniciada em 2010 e que obteve em 2014 apoio da União Europeia – destacando que seu objetivo principal é apoiar a articulação em rede de organizações latino-americanas que promovem a agroecologia. Também lembrou que as ações agroecológicas contribuem para se alcançar vários dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelas Nações Unidas.

Avanildo Duque, representante da ActionAid Brasil – cofinanciadora do projeto –, lembrou que sua organização há mais de 20 anos apoia a agroecologia como paradigma principal para o desenvolvimento rural na América Latina. “A agroecologia é um movimento social, que promove a ação em rede, a construção coletiva do conhecimento e a igualdade de gênero. Esse conhecimento, por sua vez, promove a incidência em políticas públicas de fomento à agroecologia. É preciso, portanto, se pensar como dar continuidade a iniciativas como a do projeto Aliança”.

Brasilia/DF 03/Maio/2017 - Seminario Alianca pela Agroecologia. Foto de Ubirajara Machado

Pedro Ojeda, promotor social do Instituto Mayor Campesino (IMCA), de Colombia

Para o engenheiro florestal Pedro Ojeda, promotor social do IMCA (Instituto Mayor Campesino), da Colômbia – um dos coordenadores do Aliança – o projeto produziu um enriquecimento do debate sobre a agroecologia. “Conseguimos avanços regionais, como no departamento de Antioquia, onde levamos o enfoque da agroecologia para os debates da agricultura camponesa. O projeto fortaleceu nossa luta para demonstrar que a agroecologia é uma alternativa econômica viável para os agricultores”, assinalou.

“Os projetos em rede e por meio de alianças são uma tendência geral, não só no campo da agroecologia”, afirmou Cristina Carvalho, representante da União Europeia. “E estamos extremamente felizes com os resultados do Aliança, principalmente ao ver sua contribuição para a implementação dos ODS, uma das grandes bandeiras da UE”. Ela destacou também que a União Europeia continua comprometida com o apoio a projetos de agroecologia, estando com editais abertos: “O Aliança é um projeto muito importante e deve continuar. É uma sementinha que está apenas começando”.

Na segunda mesa da manhã, foram apresentados estudos de caso promovidos no âmbito da Aliança no Brasil e na Bolívia.

Marcelo Galassi, coordenador da AS-PTA na Paraíba, resumiu a longa trajetória do Polo da Borborema, na região do agreste do estado, que reúne 14 sindicatos rurais, 150 organizações comunitárias, 1 associação de produtores agroecológicos, entre outras organizações, destacando sua contribuição para o avanço de diferentes lutas sociais.

Brasilia/DF 03/Maio/2017 - Seminario Alianca pela Agroecologia. Foto de Ubirajara Machado

Marcelo Galassi, coordenador da AS-PTA para a Paraíba

Representando a Rede Rural – organização parceira do Aliança pela Agroecologia no Paraguai – Idalina Gomez, coordenadora de projetos de Organizações Privadas de Desenvolvimento dessa organização paraguaia, apresentou o estudo de caso realizado no Alto Paraná. “É o departamento mais acossado pelo avanço do monocultivo da soja. Ainda assim, os campesinos resistem e encontram soluções para manter suas práticas agroecológicas, como é o caso da Central de Produtores e Feirantes do Alto Paraná”, disse a coordenadora de projetos de Organizações Privadas de Desenvolvimento da Rede Rural. Idalina também destacou a importância de se fazer uma aliança com os consumidores para que a produção agroecológica avance.

Idalina - formatada

Mirna Mochet, secretária geral da Organização Nacional pela Reivindicação Camponesa e Índigena (ONARCI), e Idalina Gomez, coordenadora de projetos de Organizações Privadas de Desenvolvimento, da Rede Rural , ambas do Paraguai

A advogada destacou que o projeto Aliança demonstrou que “a agroecologia é mais do que uma alternativa econômica: é um sistema que promove a dignidade humana e uma vida mais saudável”.

Idalina Gomez enfatizou o caráter colaborativo e coletivo do projeto: “Foi um trabalho conjunto. Vimos que não estamos sozinhos nessa luta. Compartilhamos sonhos e desafios e intercambiamos os resultados e produtos do projeto. Graças ao projeto, pudemos conhecer a problemática de outros países latino-americanos e ver como – apesar das especificidades de cada um – temos tantos pontos em comum no que se refere ao desenvolvimento agrário rural”.

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Fotos: Ubirajara Machado

 

 

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